Vamos reforçar a Intepretação.
A interpretação de texto envolve a leitura e a compreensão de textos escritos.
Confira abaixo 23 exercícios sobre
interpretação textual, de vestibular e de Enem, e também exercícios inéditos
elaborados e comentados por nossos professores especialistas.
Questão 1
(Fuvest - 2014) A
civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi
percebido antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da
ciência, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria
moral inexorável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa
por essa miséria ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo
monopolista de sua terceira fase.
Em páginas secas premonitórias, E.
Mandel1 apontara
tais riscos. O “livre jogo do mercado” (que não é e nunca foi “livre”) rasgou o
ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos países ricos e uma carrada
maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a sua periferia
intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, das
outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”.
1: Ernest Ezra Mandel
(1923-1995): economista e militante político belga.
O emprego de aspas em uma dada expressão
pode servir, inclusive, para indicar que ela
I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição.
II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.
Considere as seguintes ocorrências de
emprego de aspas presentes no texto:
A. “pós-moderna” (L. 1);
B. “mau uso” (L. 2)
C. “livre jogo do mercado” (L.6);
D. “livre” (L. 7);
E. “resto do mundo” (L. 9).
As modalidades I, II e III de uso de
aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em
a) A, C e E
b) B, C e D
c) C, D e E
d) A, B e E
e) B, D e A
Questão 2
(Enem - 2012) “Ele era o
inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um
romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou
inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor
de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance
no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura
brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também
folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado
federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas
facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será
digitalizada.
História Viva, n.° 99, 2011.
Com base no texto, que trata do papel do
escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se
que
a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial.
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.
Questão 3
(Enem - 2012) A substituição
do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil,
corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua
portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de
ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica.
Mattos e Silva (2001:136) analisa as
vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando
por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos
quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras,
tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe
histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado
por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um
purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais
perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É
válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer
uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos
usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma,
correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de
Letras da UFF, n.° 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012
(adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver”
por “ter” em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.
Questão 4
(UERJ - 2016/1) “Todo
abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.”
Todo argumento pode se tornar um
sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos leva a conclusões falsas ou
improcedentes.
O último parágrafo do texto é um exemplo
de sofisma, considerando que, da constatação de que todo abacate é verde, não
se pode deduzir que só os abacates têm cor verde.
Esse é o tipo de sofisma que adota o
seguinte procedimento:
a) enumeração incorreta
b) generalização indevida
c) representação imprecisa
d) exemplificação inconsistente
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